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Fortalecendo a colaboração intersetorial para proteger e empoderar comunidades indígenas, tradicionais e locais em várias partes do mundo

Reos Partners
Março, 2022

O trabalho da Reos Partners para endereçar desafios complexos no mundo inclui várias iniciativas destinadas a desmantelar as barreiras coloniais, institucionais e sistêmicas ao bem-estar das Primeiras Nações, povos indígenas e populações tradicionais. Dois projetos em andamento - um na região Emerald Edge do noroeste do Pacífico e outro na Amazônia brasileira - estão focados em povos indígenas e populações tradicionais e ambientes fortemente ameaçados pelos efeitos das mudanças climáticas.

Em ambos os casos, os membros da equipe Reos teceram aprendizados contínuos de questões culturais e ecológicas com metodologias entrelaçadas inspiradas e informadas por nossos parceiros indígenas e das comunidades locais. A abordagem envolve a criação de um espaço para diálogo multissetorial engajando profissionais de todos os setores e biorregiões para aprender juntos, trocar melhores práticas e criar conexões que fortalecem e aceleram iniciativas compartilhadas. Esta visão geral dos projetos Emerald Edge e do Fórum Amazônia Sustentável inclui atualizações dos líderes da equipe Reos sobre o progresso em andamento e o impacto direto e positivo gerado pelos povos indígenas, locais e seus colaboradores.

COCRIANDO UM NOVO PARADIGMA DE CONSERVAÇÃO NA EMERALD EDGE

Abrangendo 100 milhões de acres em Washington, Columbia Britânica e Alasca, está a Emerald Edge - a maior floresta tropical costeira intacta remanescente no mundo, lar de mais de 35 comunidades das Primeiras Nações. No último século, a exploração madeireira insustentável, a pesca e outras indústrias extrativas, colocaram a região em um estado de perigo, representando uma terrível ameaça à terra e às águas que alimentam uma intrincada teia de vida.

The Nature Conservancy (TNC) está empenhada em estabelecer condições sustentáveis para este icônico tesouro de biodiversidade e as pessoas que vivem nele. Para avançar seus esforços, nos últimos cinco anos a TNC fez parceria com a Reos para aumentar a capacidade colaborativa no Emerald Edge e entregar soluções inovadoras de desenvolvimento econômico para territórios indígenas, que reforçam as prioridades culturais e ambientais. Especificamente, Reos trabalha em estreita colaboração com a equipe TNC Emerald Edge e parceiros locais para "desenvolver a capacidade de defensores locais colaborarem intersetorialmente e entre organizações para endereçarem os desafios das comunidades que estão no nexo de conservação e bem-estar econômico e comunitário", explica o consultor de projetos da Reos, Paul Hackenmueller.

O trabalho pretende “cocriar um novo paradigma para a conservação - um que coloca as comunidades no centro e reconhece a interligação entres as pessoas e a terra”, diz Hackenmueller.

A mais recente iniciativa apoiada pela Reos é o estabelecimento do Seacoast Trust, um fundo liderado por indivíduos e organizações parceiras da Sustainable Southeast Partnership, no Alasca. O trabalho de Reos envolveu o cultivo das condições que permitiram que esta parceria emergente pudesse florescer. Inspirado pelo Coast Funds em Columbia Britânica.

"O Seacoast Trust representa uma mudança poderosa na obtenção de recursos: apoio financeiro local liderado por indígenas, administrado e dirigido por um consórcio de atores locais e regionais”, diz Hackenmueller.

Conforme o projeto Emerald Edge avança com um novo impulso, Reos continua a parceria com a TNC para aprofundar o impacto do trabalho existente e tecer estrategicamente novos recursos e iniciativas na rede Emerald Edge. Os planos futuros incluem a integração de programas que apoiem as Soluções Climáticas Naturais de forma que contribuam significativamente para os esforços de sequestro de carbono, ao mesmo tempo que aumentam as iniciativas econômicas que impactam positivamente as comunidades indígenas da área.

COLABORANDO PARA UMA AMAZÔNIA JUSTA E SUSTENTÁVEL

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Foto: Stephanie Morcinek via Unsplash

A Amazônia brasileira é uma floresta tropical que desempenha um papel crucial na regulação do clima global. Os incêndios devastadores de 2019 resultaram em um aumento maciço das emissões brasileiras, atraindo a atenção nacional e internacional. Nesse mesmo período, aumentaram os crimes e a violência envolvendo invasão e ocupação ilegal de terras públicas, extração ilegal de madeira e minerais e mineração em terras indígenas. De forma devastadora, 2019 também marcou o maior índice de assassinatos de lideranças indígenas na região registrado nos últimos 11 anos.

O Fórum Amazônia Sustentável é uma das iniciativas-chave para aumentar a consciência e compreensão do papel crítico da Amazônia na regulação do clima e outras questões urgentes - a saber, os abusos de direitos humanos e violência contra as populações locais, tradicionais e indígenas, bem como o potencial da região para hospedar uma próspera sociobioeconomia, que preserva a floresta ao mesmo tempo que fornece meios de subsistência e bem-estar para as populações locais.

Em 2020 e 2021, a Reos Partners cofacilitou uma série de oito oficinas multissetoriais com estes objetivos: catalisar o alinhamento para uma Amazônia justa e sustentável; garantir os direitos dos povos tradicionais, locais e indígenas; e contribuir efetivamente para o desenvolvimento de uma sociobioeconomia da floresta em pé.

"Em um momento de debate público fragmentado, esse processo multissetorial estimulou o diálogo entre diversas perspectivas e levou a novos e mais profundos entendimentos compartilhados, que é condição prévia para ações coordenadas”, afirma o consultor da Reos, Lucas Matarazzo.

Uma característica definidora da estratégia do Fórum tem sido garantir que as perspectivas e as realidades locais dos povos amazônicos moldem a agenda e o desenho desses processos multissetoriais. Em 2021, líderes de organizações de base amazônica passaram a integrar o corpo diretivo do Fórum. A Reos também deu início a uma série de sessões de diálogo dedicadas a envolver e ouvir os povos e comunidades Amazônidas, garantindo que suas prioridades e perspectivas fossem integradas em todas as reuniões e que suas vozes estivessem representadas em painéis com líderes de diversos setores.

Dessas reuniões, foram formados três grupos temáticos. O primeiro se concentra em influenciar políticas públicas que possam catalisar uma economia da floresta sustentável e justa, e advogar contra aquelas que são prejudiciais a essa agenda. O segundo grupo enfoca o fortalecimento da economia da floresta por meio de ações estratégicas que contribuem para a sociobiodiversidade da região, enquanto influencia a narrativa sobre a economia da floresta para integrar as perspectivas tradicionais, indígenas e locais.

O terceiro grupo formula e mobiliza em torno de documentos de posicionamento comuns e multissetoriais. A primeira publicação do grupo, “Convergências entre Posicionamentos de Coalizões Multissetoriais para COP26”, foi lançada no Brazil Climate Action Hub na COP26. O documento traça uma série de medidas que, juntas, constituem um paradigma de desenvolvimento da Amazônia que preserva sua fauna e flora e gera bem-estar para os povos tradicionais, indígenas e locais que habitam e protegem a floresta.


Em 2022, o Fórum pretende incluir um enfoque mais estratégico nos desafios e oportunidades específicas das áreas urbanas da Amazônia. Dos 20 milhões de pessoas que vivem na Amazônia, mais de 13 milhões vivem em áreas urbanas e enfrentam questões socioeconômicas, políticas e ambientais distintas. O trabalho do Fórum em 2022 também incluirá a formulação de um posicionamento para as eleições federais para conter retrocessos e acelerar o desenvolvimento justo e sustentável da região, o fortalecimento da sociobioeconomia da região e a proteção e segurança da floresta e das populações que habitam nela.

O Comitê Organizador do Fórum é composto por nove organizações: Instituto Ethos, Instituto Socioambiental, Projeto Saúde e Alegria, Natura, Fundação Konrad Adenauer, Conselho Nacional dos Seringueiros / Populações Extrativistas, Grupo de Trabalho Amazônico, Federação das Organizações Indígenas do Rio Negro e Reos Partners.

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