À medida que embarcamos em 2022, para onde quer que olhemos, os sistemas estão passando por profundas transições. Essas transições são bem-vindas e extremamente necessárias diante da intensificação das mudanças climáticas, aumento das desigualdades e inquietações, dinâmicas complexas de desinformação e outros desafios emergentes. Mas muitos sistemas estão mal equipados e mal projetados para responder às pressões atuais e estão em discordância com o que é necessário para atender a um novo conjunto de metas.
A Reos Partners trabalha com sistemas diversos – desde o sistema da moda no Brasil até o sistema de energia no norte dos Países Baixos, o sistema de justiça na Nigéria e muitos outros. À medida que avançamos na “década decisiva”, a partir de 2020, frequentemente notamos uma crescente clareza e melhor articulação de novas visões e dos princípios orientadores para novos sistemas:
“De um sistema de moda explorador e poluente para um que é ético, sustentável e circular.”
“De um sistema de energia dependente de combustível fóssil para um sistema descarbonizado.”
“De um sistema de justiça conduzido por regras e instituições para um sistema centrado nas pessoas.”
A centralidade da colaboração
Todas essas visões implicam novas “Estrelas do Norte” orientadoras para os sistemas, novas estruturas, novas regras e novos conjuntos de relações – entre humanidade e natureza, entre pessoas e instituições, entre Norte e Sul.
Parte do desafio – nas palavras de um de nossos parceiros – está na “dor do como”. É possível articular visões, traçar metas, investir em tecnologias e inovações e desenhar grandes planos. Mas e os interesses conflitantes? E as trocas? E quanto a rupturas em parcerias? E quanto ao poder? Como levamos em consideração as necessidades e vozes de diferentes atores para garantir que as transições acomodem os imperativos sociais, econômicos e ambientais, em vez de serem impostas de cima para baixo e com um custo injusto para determinados grupos da sociedade?
Muito dessa “dor do como” tem a ver com as dificuldades e frustrações associadas à colaboração. Cada uma dessas transições de sistema ambiciosas requer uma multiplicidade de colaborações – entre cientistas e tomadores de decisão, entre reguladores e inovadores, entre empresas e governo, entre diferentes agências implementadoras, entre culturas e assim por diante. Às vezes até entre concorrentes. Eles exigem concessões, desapego, compartilhamento de responsabilidade e cocriação.
Uma abordagem transformadora
Na Reos, adotamos uma abordagem transformadora para as transições de sistemas. Uma que abrace a diversidade de perspectivas, permita o diálogo entre os níveis de poder, promova a responsabilidade e a participação e construa relacionamentos e capacidades colaborativas. Uma que apoie os atores do sistema a questionar e mudar as regras do jogo de seu sistema e seu próprio papel nele. Uma que alivia a “dor do como” abraçando-a em vez de evitá-la.
Em 2022, esperamos possibilitar e acelerar ainda mais as transições dos sistemas, aprimorando as muitas formas de colaboração das quais elas dependem para serem bem sucedidas.