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Workshops nacionais sobre a violência contra as mulheres

Reos Partners
Dezembro, 2015

Visão geral

Uma abordagem verdadeiramente preventiva para a violência contra a mulher deve tratar o comportamento, atitudes e as necessidades dos homens. No entanto, os esforços para responder e prevenir os ataques de perpetradores de casos de violência doméstica e sexual, que são primordialmente homens, são complexos e relativamente novos. Em um dos maiores projetos nacionais que já assumimos, o governo da Austrália nos envolveu para questionar o próprio setor de combate à violência contra a mulher sobre o que poderia ser feito ao trabalhar com os homens.

Nossa série de entrevistas de diálogo, workshops e questionários com mais de 700 pessoas por todo o continente, realizados durante seis meses, resultou em uma série procedimentos para intervenções junto a perpetradores de violência que é fortemente baseada nessas informações. Depois de mais trabalhos por parte da polícia e em comum acordo com todos os estados e territórios do país, os procedimentos foram lançados em dezembro de 2015 pelo primeiro ministro da Austrália. Eles representam um progresso real: o que sempre foi um esforço descoordenado está agora se movendo rumo a uma resposta nacional forte à violência contra a mulher.

Outro resultado significativo dos workshops foi o início de um debate nacional mais profundo e produtiva sobre prevenção e homens. O participante do workshop Danny Blay, um consultor que trabalha com homens em Melbourne, disse “O processo ajudou a expor que ainda temos muito trabalho a fazer para conseguir respostas consistentes que sejam éticas e seguras e não apenas intervenções legais.”

Ao mesmo tempo, o governo nos convidou a realizar uma segunda consulta nacional sobre o próximo passo lógico: indicadores de performance para os novos procedimentos

 

Histórico

Esse projeto surgiu de um projeto anterior, iniciado em 2008, que coloca a Austrália como líder global nesse tipo de trabalho: o Plano Nacional para Reduzir a Violência contra as Mulheres e Seus Filhos, 2010-2022. (Assim como em outros países, a violência contra a mulher é generalizada. Para mulheres australianas com menos de 45 anos, a violência doméstica é a principal causa de morte ou ferimentos). Os perpetradores se tornaram uma das áreas de foco do plano e o desenvolvimento de procedimentos que orientam as intervenções junto a eles perpetradores foi identificado como o próximo passo.

Desafios

 
Desafios estruturais

Na Austrália, as dificuldades estruturais para se criar uma resposta nacional à violência doméstica e sexual são ampliadas pelo fato de que os oito estados e territórios funcionam de maneira bastante independente. Níveis e mecanismos de governança, serviços de resposta, leis e financiamento variam. A diferença nos serviços mesmo entre Sydney e Melbourne pode ser gritante. Trazer atores de todos os oito estados e territórios a um acordo sobre os procedimentos para a intervenção junto a perpetradores é um passo para superar essas diferenças.

Além disso, embora exista uma sobreposição entre a violência doméstica e abuso sexual, os dois problemas são diferentes e dois setores praticamente independentes foram criados para cada um deles.

Desafios de diversidade

Uma característica chave de nossa abordagem foi uma consulta direcionada e culturalmente adequada às comunidades aborígenes e das Ilhas do Estreito de Torres. Casos de violência doméstica e abuso sexual nessas comunidades devem ser considerados sob o prisma das perturbações causadas pelo colonialismo no bem-estar espiritual e cultural dessas comunidades.

Impacto

 
Procedimentos de intervenção

O amplo feedback que reunimos alterou significativamente a primeira versão do feita pelo governo para os procedimentos de intervenção. Embora a segurança das mulheres e crianças continuasse a ser central, os procedimentos finais enfatizavam a necessidade de focar em que os homens assumissem a responsabilidade de mudar seus comportamentos e atitudes. Os participantes também enfatizaram que todos aqueles que trabalham com os perpetradores, em todos os níveis do sistema, deveriam possuir habilidades e conhecimentos específicos sobre a dinâmica da violência doméstica e sexual. O sistema também deve ser cobrado para que responda de maneira adequada.

Parcerias

Em parte porque serviços no setor de violência contra a mulher costumam ser descoordenados, o tamanho e a diversidade desse setor permaneciam ocultos até então. Identificar o real espectro das partes interessadas e chamá-los a participar é sempre uma parte crucial de nosso trabalho, e nesse caso fomos particularmente bem-sucedidos. Os governos locais de toda a Austrália nos forneceram uma lista de cerca de 350 atores, mas nossa equipe foi capaz de dobrar esse número. Isso permitiu uma parceria mais ampla e fundamental para o sucesso dos próximos passos da Austrália rumo a acabar com a violência contra as mulheres e seus filhos.

Estrutura para os próximos passos

Os procedimentos para intervenção são um trampolim para o próximo passo do governo: indicadores de performance. O trabalho de consulta também revelou que os procedimentos exigem mais pesquisas para estruturar e direcionar usa aplicação. Na verdade, mesmo enquanto o processo estava se desenrolando, o governo central já estava estabelecendo um novo centro nacional de pesquisa dedicado a explorar táticas eficazes para lidar com os perpetradores.

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