Saiba como apoiamos um grupo multissetorial australiano a se preparar melhor para as mudanças climáticas usando o processo de cenários transformadores.
Os incêndios florestais na Austrália ocorrem de forma natural, regular e generalizada, no entanto, a temporada de incêndios de 2019-2020 foi a pior da história. Essa temporada resultou em quase 500 mortes, já que mais de 24 milhões de hectares de mata queimaram, liberando cerca de 900 milhões de toneladas de CO2 (aproximadamente o mesmo que as emissões de viagens aéreas comerciais em todo o mundo) e matando cerca de um bilhão de animais. Espera-se que as futuras temporadas de incêndios florestais sejam mais longas e piores, à medida que os impactos das mudanças climáticas aumentam.
A crise climática não é mais uma ameaça, mas uma realidade. Então, qual é a melhor forma de nos prepararmos para o futuro e nos equiparmos para sermos receptivos à medida que ele se desenrola em um mundo incerto? Como agimos agora para moldar o futuro que queremos e reduzir os riscos dos perigos adiante? Como bombeiros e de serviços de emergência podem se preparar melhor para fornecer serviços eficazes em um mundo com desafios climáticos? Essas perguntas levaram o projeto “Preparing Emergency Services for Operations in a Climate-Challenged World” (Preparando Serviços de Emergência para Operar em um Mundo com Desafios Climáticos) a procurar a Reos Partners para guiar um processo de cenários transformadores, ocorrido entre 2020 e 2021.
O grupo multissetorial – coordenado pelo The Bushfire and Natural Hazards Cooperative Research Center e o Australasian Fire and Emergency Service Authorities Council e guiado pela Reos Partners e RMIT University – reuniu uma equipe seleta de líderes e profissionais de todo o setor de gerenciamento de emergências (SGE) e organizações relacionadas da Austrália e Nova Zelândia com o objetivo de entender melhor as forças motrizes que interagem para moldar o futuro de maneiras imprevisíveis e voláteis.
A Reos Partners guiou esse processo intensivo de co-design que incluiu pesquisas, entrevistas e uma série de oficinas, culminando na criação de cenários que olham para quinze anos à frente – tempo suficiente para que uma mudança significativa possa ocorrer, mas próximo o suficiente para ser tangível e significativo.
"Eventos globais recentes nos deram a oportunidade de questionar o que valorizamos, o que fazemos e como o fazemos. Como organizações de serviços de emergência, eles também nos encorajaram a pensar no que mais é possível fazer para melhor nos planejar, preparar, responder e recuperar.”
– Profissional do SGE e membro da equipe de cenários
A equipe explorou o que poderia moldar o futuro durante este período. Entender quais futuros plausíveis podem surgir envolve entender o que é certo e incerto sobre o futuro. Em particular, quais são as forças motrizes mais incertas no mundo ao nosso redor (conhecidas como o ambiente contextual externo do SGE) que podem ter um impacto significativo no próprio setor de gerenciamento de emergências. Explorar essas incertezas ajuda a entender melhor quais consequências essas incertezas futuras podem ter no setor e nas organizações dentro e ao redor dele. Isso leva a novos pensamentos, estratégias e abordagens para se adaptar, influenciar ou transformar o futuro.
"(O processo) abriu espaço em minha cabeça para uma nova forma de pensar, que considero revigorante e difícil. Há necessidade de mais disso; que libera o espaço do qual nos protegemos.”
– Katelyn Samson, Diretora Sênior de Projetos, Instituto Australiano de Resiliência a Desastres
O grupo desenvolveu quatro cenários futuros, os sobrepôs com possíveis riscos climáticos e desenvolveu também estudos de caso para testar a robustez dos planos em serviços de combate a incêndios urbanos e rurais, agências de gestão de terras e serviços de emergência estaduais. Este trabalho busca responder a algumas perguntas, como: o que os cenários desenvolvidos significam para o setor de gerenciamento de emergências? Como as organizações devem se preparar diante desse conhecimento? Quais são as necessidades de ferramentas, capacidades, redes e recursos que possam minimizar riscos e preservar vidas?
Quatro cenários futuros plausíveis surgiram durante o processo. Cada cenário se desenrola de maneira única, levando a um futuro diferente e tendo implicações distintas e profundas para o SGE
Embora o setor de gerenciamento de emergências não possa mudar a realidade das mudanças climáticas, ao considerar os impactos prováveis, eles podem mitigá-la de forma a reduzir significativamente a perda de vidas, danos e custos. Esses cenários empoderam esse e outros setores a fazer isto.
Leia o relatório completo do projeto
Desde a conclusão do processo, os cenários foram aplicados de várias maneiras, incluindo:
As pessoas envolvidas no processo de cenários transformadores estão:
Ao aprender com o futuro por meio do processo de cenários transformadores, o setor de gerenciamento de emergências da Austrália está melhor posicionado para lidar com os inevitáveis desafios climáticos à frente.